A MetLife, em parceria com o IMR – Instituto de Marketing Research, realizou um estudo sobre o mercado de financiamento ao consumo em Portugal.
O estudo analisa a evolução desse segmento desde a crise financeira de 2010-2013, o perfil dos clientes e a integração de seguros como complemento aos financiamentos.
De acordo com o estudo, o crédito ao consumo deverá crescer a uma taxa média anual de 3% até 2026, resultando numa variação de 9,4% no triénio, assumindo uma redução anual das taxas de juro médias de 0,2 pontos percentuais. Em 2023, Portugal alcançou um recorde de 7.654 milhões de euros em crédito ao consumo, o valor mais alto desde 2012.
O estudo também revela que o consumo de bens duradouros – aqueles com vida útil superior a um ano – é o principal segmento de contratação de crédito ao consumo. Em 2012, o crédito ao consumo superou os 5,5 mil milhões de euros, enquanto o consumo de bens duradouros ficou ligeiramente acima de 7 mil milhões de euros. Nos últimos 10 anos, o consumo de bens duradouros cresceu 90%, enquanto o crédito ao consumo aumentou 67%. Em 2022, o consumo de bens duradouros ultrapassou os 13,7 mil milhões de euros, com o crédito ao consumo atingindo 7,6 mil milhões de euros. O valor médio por contrato de crédito ao consumo aumentou 62,7%, passando de 2.960€ para 4.816€.
A análise por segmento mostra que o crédito pessoal tem ganhado importância tanto em número de novos contratos (+7,2 pontos percentuais em relação a 2012) quanto em montante (+4 pontos percentuais em relação a 2012). Em 2023, o crédito pessoal representou cerca de 292 milhões de euros concedidos mensalmente, com um valor médio por crédito de 6.752€. O crédito pessoal corresponde a 45,5% do montante total anual de crédito ao consumo, seguido pelo crédito automóvel com 37,4% e os cartões de crédito com 17,1%.
Quanto ao perfil dos clientes de crédito ao consumo, o estudo indica um equilíbrio entre os géneros na contratação, com maior incidência de homens no crédito automóvel (56% vs 44%). A análise etária mostra que 50% do crédito ao consumo está concentrado nas faixas etárias de 31-40 anos e 41-50 anos. O segmento de 18-30 anos representa 23% do crédito automóvel e dos cartões de crédito. Mais de 40% dos portugueses recorrem ao pagamento em parcelas para evitar usar poupanças ou ficar a descoberto, e seis em cada dez portugueses renunciaram a tempos livres ou férias em 2023 devido à falta de meios financeiros.
A integração de seguros nos produtos de financiamento é uma tendência crescente, com cartões de crédito e outras opções de financiamento oferecendo pacotes de seguros, como proteção ao crédito, cobertura de roubo em ATM, seguro de doença, seguro de acidentes pessoais, e seguro de viagem. Estes seguros, chamados seguros integrados, proporcionam uma forma conveniente e económica de proteger o estilo de vida dos consumidores em caso de imprevistos. Em 2023, a MetLife registou um crescimento acima de 20% nos seguros de proteção de pagamentos, que asseguram o pagamento de faturas ou créditos em caso de desemprego involuntário, incapacidade total temporária ou hospitalização, entre outras situações.