O segmento de Expresso e Encomendas (E&E) dos CTT – Correios de Portugal, S.A. afirmou-se como o principal motor de crescimento do grupo no primeiro semestre de 2025, num contexto de forte dinamismo do comércio eletrónico e de consolidação de soluções logísticas integradas.
Com um crescimento homólogo de 28,6%, os rendimentos operacionais de E&E ascenderam a 270,6 milhões de euros, representando já 45% da receita total dos CTT.
O desempenho deveu-se ao aumento do tráfego (70,2 milhões de objetos) e à consolidação da Cacesa, empresa especializada em desalfandegamento de encomendas internacionais, cuja aquisição ficou concluída a 30 de abril de 2025. A integração da Cacesa fortaleceu a oferta de valor do grupo, permitindo abranger novas fases da cadeia logística, incluindo a entrega de última milha.
“A Cacesa melhora e diferencia a nossa oferta, porque temos uma proposta de valor que abrange uma parte maior da cadeia de valor da logística de e-commerce”, destacou João Bento, CEO dos CTT, acrescentando que a integração irá “aumentar ainda mais a nossa rentabilidade no negócio de encomendas”.
O EBIT recorrente do segmento E&E cresceu 52,9%, atingindo 20,9 milhões de euros, refletindo o impacto positivo da escala, da diferenciação e da nova dinâmica comercial do grupo, que recuperou rapidamente após o abrandamento de abril provocado por feriados e interrupções técnicas. Em junho, o crescimento do volume de encomendas já rondava os 15%, uma tendência que os CTT esperam manter até ao final do ano.
“Continuamos a ver um forte crescimento nas encomendas expresso, acima de 15% em volumes, e alguma expansão de margem, à medida que continuamos a integrar a Cacesa e a ver os benefícios da escala”, referiu Guy Pacheco, CFO dos CTT.
A rede de cacifos Locky, que serve como ponto de contacto crucial com os consumidores e reforça a conveniência da entrega, continua em expansão e já conta com 1.148 unidades instaladas em Portugal e Espanha.
O segmento de Logística, que inclui Expresso e Encomendas e Correio, representou 85% da receita total do grupo no semestre (507 milhões de euros). Apesar da quebra no correio tradicional, as soluções empresariais, nomeadamente BPO e contact center, ajudaram a equilibrar o desempenho, registando um crescimento de 9,6%.
“Reforçámos o nosso perfil de crescimento, afirmando-nos como o operador com maior crescimento na logística de e-commerce na Europa”, concluiu João Bento, sublinhando o posicionamento estratégico dos CTT como player de referência no mercado ibérico.
A nível consolidado, os CTT encerraram o semestre com 597,3 milhões de euros em rendimentos operacionais (+13,9%), 36,4 milhões em cash flow operacional (+82,5%) e um resultado líquido de 22,1 milhões de euros (+11,7%).
O grupo prevê encerrar o ano com um EBIT recorrente superior a 115 milhões de euros, impulsionado pela Cacesa, pelo reforço do Banco CTT e pela normalização da colocação de dívida pública nos serviços financeiros. A aposta em logística, automação e soluções integradas de packaging mantém-se no centro da estratégia para 2025.