Cerca de 100 startups nacionais e internacionais responderam ao desafio de criar projetos piloto para soluções com impacto real na área da demência, incluindo a Doença de Alzheimer. Building Tomorrow Together – Innovation in Dementia é o nome do projeto lançado pela Roche e pela consultora Beta-i.

Durante o período de candidaturas, que terminou em dezembro, cerca de 100 startups apresentaram os seus projetos. Agora, as candidaturas serão avaliadas e serão selecionados alguns dos projetos que farão uma apresentação mais detalhada perante uma equipa de avaliadores.

Innovation dementia© Roche

De acordo com André Vasconcelos, Diretor-Geral da Roche Farmacêutica em Portugal, comenta: “Só através de parcerias alargadas conseguiremos responder melhor às necessidades dos doentes, tanto agora como no futuro. Nas demências é essencial continuarmos a trabalhar em conjunto para identificar as áreas onde as soluções são mais necessárias. E a colaboração entre empresas de saúde e de tecnologia é crucial para impulsionar o futuro dos cuidados de saúde, num momento em que sabemos que o digital nos pode ajudar a compreender mais sobre as doenças, sobre as suas causas e a ajudar as pessoas a viver mais e melhor”.

Durante os próximos meses, a Roche, a Luz Saúde, o Hospital Lusíadas, a CUF, o Hospital de São João, o Campus Neurológico Sénior, o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, bem como a Microsoft, a EIT Health, a BIAL, a AWS, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Champalimaud e a Alzheimer Portugal trabalharão em conjunto com as startups selecionadas.

Segundo André Gonçalves, Gestor do Programa e Consultor Sénior na na Beta-i, “em conjunto com a Roche, estamos a atrair as melhores startups do sector da saúde e a criar um contexto que permitirá a stakeholders no mundo da Demência e na doença de Alzheimer co-desenvolver soluções num ambiente único de inovação aberta. Através da nossa metodologia colaborativa, conseguiremos assim criar uma comunidade que venha fazer face a desafios concretos, que promova melhorias na vida das pessoas com Demência, assim como na vida de quem as rodeia, e esclareça dúvidas, quer ajudando na vida quotidiana da comunidade: do diagnóstico precoce ao restante percurso do doente.”

Até setembro de 2022, as startups estarão focadas em trabalhar em soluções adaptadas a três desafios-chave previamente estabelecidas pelos parceiros:

  • Educação e prevenção da doença, nomeadamente soluções que combatam o estigma em torno da Demência e que ajudem a preparar a sociedade para prevenir, detetar e lidar com a doença;
  • Diagnóstico precoce e melhorado, com foco em tecnologias que permitam diagnosticar mais cedo, mas também melhor: de forma menos invasiva, mais rápida e eficaz, mas também mais compreensiva, avaliando o doente para um cuidado personalizado e humano;
  • Gestão da doença e apoio a doentes e cuidadores, com foco em ferramentas que apoiem doentes e familiares a viver com e a gerir a doença e ajudem equipas a proporcionar um cuidado integrado em torno do doente.

Em setembro, cada solução desenhada na fase de ‘bootcamp’ será depois testada no contexto real e apresentada ao ecossistema de Saúde.

Após o primeiro ano de ação, o Building Tomorrow Together – Innovation in Dementia tem uma ambição a cinco anos em que pretende evoluir e juntar novas entidades do sector da saúde.

Tendo em conta que a proporção de idosos na população está a aumentar em quase todos os países, o número de pessoas que sofrem de Demência deverá aumentar para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste campo, a doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência e pode ser um desafio para diagnosticar numa fase precoce.

Dados do Relatório da Alzheimer Europe mostram que existem cerca de 46 milhões de pessoas com Alzheimer no mundo. Já em Portugal, existiam cerca de 194 mil casos de demência, com predominância para a Doença de Alzheimer, em 2018 – número que deverá duplicar nos próximos anos.