Embora os compromissos empresariais com embalagens sustentáveis se tenham centrado em 100% das embalagens reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025, a Gartner, Inc. prevê que 90% desses compromissos públicos de embalagem sustentável não serão cumpridos devido à dependência dos plásticos e das embalagens de uso único.
"Há uma série de razões pelas quais os esforços corporativos bem-intencionadas para estabelecer embalagens sustentáveis não estão a progredir", disse John Blake, analista sénior da Gartner Supply Chain. "Por exemplo, a maioria dos tipos de plásticos não são amplamente recicláveis, e mesmo que fossem – a infraestrutura de reciclagem e o pós-venda de materiais reciclados estão longe de ser maduros. Portanto, a quantidade esmagadora de embalagens hoje em dia não é tecnicamente reciclável ou não é amplamente reciclada na prática."
As empresas têm de agir agora, uma vez que mais países e regiões já implementaram, ou tencionam, implementar legislação alargada de responsabilidade dos produtores (EPR) que proíba ou penalizará as embalagens de uso único.
É por isso que as organizações terão de encontrar formas de reduzir as embalagens de uso único. Uma solução poderia ser incentivar os consumidores a abraçarem as embalagens reutilizáveis e a desenvolverem modelos de recarga em loja para bens como alimentos para animais de estimação, detergente para a roupa e bebidas.
A nível pré-concorrencial, as organizações podem também reunir-se e escalar métodos inovadores de reciclagem e soluções de embalagem, por exemplo, colaborando através de uma associação do setor.
Embalagem sustentável como motor de inovação
Uma vez que a infraestrutura de reciclagem e o pós-venda do plástico reciclado serão limitados num futuro previsível, muitas empresas focam-se na redução dos resíduos de embalagens, eliminando embalagens desnecessárias ou reduzindo o tamanho das embalagens.
"Este desafio também pode ser um motor da inovação a montante. Os líderes da cadeia de fornecimento podem trabalhar com os seus pares para criar uma cadeia de fornecimento de novos produtos e modelos de negócio que não dependem de plásticos ou embalagens de uso único. Devem desafiar os seus fornecedores a comprometerem-se a produzir material de embalagem sustentável, aumentando assim o acesso da organização a materiais reciclados ou multiusos", concluiu Blake.
Além de abordagens de substituição, como o aumento do uso de materiais reciclados para compensar os plásticos virgens, as organizações estão a testar as garrafas de papel, a encher modelos e a retirar programas de entrega de embalagens.